Organizada pela Danielian Galeria, esta exposição reúne cerca de 85 obras de Jorge Guinle, considerado um dos principais artistas brasileiros do século XX. Texto: Bruno Henrique Silva | Fotos: Jaime Acioli.
Sob a curadoria de Marcus Lontra Costa e Rafael Peixoto, a mostra sobre Jorge Guinle inaugura a expansão da Danielian Galeria. “A nossa proposta é ampliar não só o espaço, para receber exposições. É também fornecer meios de apresentar ao público e aos colecionadores a diversidade artística brasileira”, informa Ludwig Danielian, sócio da Galeria. A Danielian Galeria realizou uma ampla seleção de obras do importante artista brasileiro, que ocupará todo o espaço expositivo da casa principal e o salão térreo na nova construção.

“Strangers in the nile” (1981), de Jorge Guinle. Óleo sobre tela, 110x150cm. Fotos: Jaime Acioli.
Com relevância internacional no âmbito da abstração, Jorge Guinle foi uma importante figura para a cena artística do início dos anos 1980. Nascido em 1947 em uma tradicional família de elite carioca, Guinle teve uma formação cosmopolita, vivenciando Paris, Londres, Nova York e Rio de Janeiro. “Adolescente, em Paris, vivia dentro de museus. Tinha dentro dele, totalmente consolidada, a tradição da pintura europeia e entendia a arte de uma maneira bem ampla. Já em Nova York, o contato com a pop talvez tenha sido fundamental para se libertar dessa tradição”, salienta Rafael Peixoto.
Jorge Guinle não foi um dos artistas dos anos 1980, mas um importante fomentador que embasa a produção do momento, chegando a conviver e escrever textos e análises sobre o trabalho de jovens artistas. Para estes artistas, ele era referência de grande pintor internacional culto. Ele havia trabalhado na tensão entre expressionismo abstrato e arte pop, que servem de provocação para a ação contemporânea.


À esquerda, sem título, de Jorge Guinle, óleo sobre tela, 130x97cm. À direita, “O corpo” (1987), de Jorge Guinle, óleo sobre tela, 200x100cm. Fotos: Jaime Acioli.
Para a exposição, foram selecionados cerca de 40 desenhos em diferentes técnicas criados entre 1960 e 1980, assim como aproximadamente 45 pinturas em óleo sobre telas, produzidas na década de 1980. Destaca-se o grande formato das pinturas selecionadas , com dois metros ou mais de comprimento. Algumas das obras escolhidas foram: “Diurno” (1983), “O coringa” (1984), “Cavalo de tróia” (1986), “O corpo” (1987), “Yasmin” (1987) e “Macunaíma” (1987).

“Listen to the blues” (1986), de Jorge Guinle. Óleo sobre tela, 150x300cm. Fotos: Jaime Acioli.
