A equipe Travessias foi vencedora do Concurso de Co-Curadoria para a 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. A equipe é formada por nove integrantes brasileiros de diferentes áreas de atuação: Carolina Piai Vieira, Larissa Francez Zarpelon, Louise Lenate Ferreira da Silva, Luciene Gomes, Pedro Cardoso Smith, Pedro Vinícius Alves, Raíssa Albano de Oliveira, Thiago Sousa Silva e Viviane de Andrade Sá. Texto e imagens: divuulgação.
Travessias apresenta que “os tecidos urbanos das cidades brasileiras são estruturas marcadas pela fragmentação, descontinuidades e simultaneidades tanto físicas, como simbólicas. As origens destes tecidos estão enraizadas aos violentos processos de colonização e pela transferência das conformações de desigualdades e apagamentos para as cidades. A possibilidade de atravessamento pela imensa colcha de retalhos brasileira representa tanto o compartilhamento de urbanidades possíveis, como a oportunidade de reinterpretação de memórias coletivas ancestrais. O recorte curatorial Travessias propõe eixos de atravessamentos na cidade articulados a nós temporários de atividades coletivas da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo.”
O júri, composto por Gabriela de Matos, Sabrina Fontenele, Helena Ayoub Silva, Naine Terena, João Fernandes, Maria Estela Rocha Ramos Penha, Riva Feitoza, Pedro Rivera, Sepake Angiama e Janet Sanz, avaliou as 11 propostas deferidas em duas fases. Na primeira fase, selecionou 04 finalistas e na segunda, a vencedora, escolhida por unanimidade.
Para Estela Ramos, “A proposta é importante e pertinente pela possibilidade de produção de novos discursos urbanos, de visibilidade a edifícios e monumentos historicamente apagados e estruturação de (novas) linguagens, reconhecendo práticas ignoradas pela arquitetura, enfatizando também retratação histórica”
Além disso, são propostas novas narrativas e atração de novos públicos à Bienal, com viés expositivo em várias escalas (migrações diaspóricas, nacionais, regionais e urbanas) por meio da grande representatividade e experiência da equipe. Sepake Angiama acrescenta “Travessias tem um potencial importante de levar algumas vozes internacionais para o contexto local e ao mesmo tempo, traduzir o contexto e a experiência locais para o internacional, o que é essencial pois há muito o que aprender com as práticas no contexto brasileiro”.
A equipe também explora os percursos pela experiência sensorial e urbana como entrelaçamento expositivo e têm a cartografia e a acessibilidade como condutores. Eles apresentam capilaridade nos territórios de trabalho propostos e prevêem a interação entre as exposições físicas e virtuais, vislumbrando (re)descobertas da cidade pela possibilidade de novos encontros entre pessoas, ancestralidades, memórias e pertencimentos. Pedro Rivera coloca ainda que “Essa curadoria pode gerar uma onda, num esforço de criação que é muito maior do que a própria equipe, sendo um catalisador de novas narrativas na arquitetura para além da Bienal”.