Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024

Sid Lee Biosquare

Uma extensão do ambiente urbano em que a natureza e criatividade se encontram.
Texto: divulgação (adaptado) | Tradução: Davi Galvani | Fotos: Maxime Brouillet, David Boyer

Como parte de um projeto maior de revitalização da icônica Place Ville Marie e sua esplanada, a Sid Lee Architecture apresentou os novos escritórios da empresa líder em criação Sid Lee, que agora está sediada em três das quadras anteriormente ocupadas pelo Royal Bank of Canada.

A reforma dos espaços faz parte da revitalização do centro de Montreal e é uma afirmação do comprometimento do escritório em criar novos vínculos com o centro urbano. O projeto também apresenta uma revitalização luminosa e a abertura de um dos espaços mais emblemáticos da cidade. Com o retorno presencial da equipe aos escritórios, o Biosquare se destaca como um local de criação, um espaço limítrofe que faz a conexão entre a rua e o interior através do livre fluxo de ideias.

“Nós imaginamos o espaço como uma extensão da cidade e da sua energia.”, disse Jean Pelland, arquiteto e colaborador do Sid Lee Architecture. “Ao conectar os elementos arquitetônicos na interação humana, o campus se torna uma plataforma em atividade a todos os momentos do dia, um lugar onde artistas podem se reunir, colaborar e criar.”

Um microcosmo aberto para a cidade

O redesenho do espaço foi baseado em dois grandes princípios e fundamentado no desejo de tornar os escritórios originais mais leves e acolhedores.

Em primeiro lugar, o livre fluxo da plataforma urbana direcionou o projeto, com o objetivo de alcançar a continuidade entre o meio urbano e os escritórios no interior. O campus — que os arquitetos também chamam de Biosquare devido à sua forma e elementos biofílicos — é uma extensão do ambiente urbano em que se localiza, na intersecção de disciplinas e esferas sociais.

Esse princípio de continuidade também é encontrado na grade infinita que estrutura a organização do espaço. Abrangendo toda a área do escritório, ela permitiu conceber uma zona aberta em que as diferentes funções possam coexistir de forma fácil e livre. Em contraste aos escritórios fechados e fragmentados, a Sid Lee Architecture utilizou esse modelo como plataforma para conectar todos os espaços e as pessoas que se deslocam dentro deles. O Biosquare é, assim, um microcosmo compartilhado com infinitas possibilidades; um mundo coletivo em que profissões se misturam e as fronteiras entre as funções se ofuscam. 

Espaço mineral

No pavimento térreo, a entrada principal dos escritórios da Sid Lee oferece uma vista ininterrupta da praça pública. O material dominante neste pavimento é mineral, com monólitos feitos de pedra bujardada subindo para configurar os espaços do café, cozinha, e banheiros. Os diferentes usos desse nível cria a impressão de que cada função está emergindo do solo de forma independente. Aqui, faz-se uma referência à cidade subterrânea, que fornece um cenário para a vitalidade da atividade urbana em áreas próximas.

Nos grandes aglomerados de pedras, o toque delicado dos detalhes preserva a sensação de leveza do ambiente. Cada elemento é adicionado livremente, reforçando a impressão de integridade e fluidez enquanto deixa a natureza fazer seu próprio caminho.

Ambiente biofílico

Os elementos naturais, que já emergiam do solo, se tornam o centro do palco à medida em que se acessa o mezanino – onde estão localizados os principais espaços criativos e de trabalho da Sid Lee. O escritório se torna ainda mais dinâmico com a adição de uma terceira passarela para conectar tais quadrantes de forma ágil e fluida.

Nesse pavimento, a grade como conceito organizacional é aparente em cada elemento, seja ele arquitetônico ou estético. O centro de cada quadrante funciona como uma praça, oferecendo uma atmosfera mais acolhedora que encoraja as pessoas a se reunirem. Um efeito de varanda é criado naturalmente quando se olha para cima e para fora. Em torno do núcleo do espaço comum, as salas se tornam menores e mais privadas.

A estrutura das grades serve como uma malha para reunir diferentes mundos em um único ecossistema. É uma grande tela que permite implantar territórios criativos e dá a impressão visual de que qualquer coisa pode ser criada, integrando blocos, paredes, novas funções e novas ideias à medida em que aparecem. Essa metáfora arquitetônica também traz a sensação de que tudo está conectado enquanto flutua livremente no ar.

Inspirando criatividade

Os pisos de travertino originais foram descobertos e aprimorados no processo de renovação, enquanto as claraboias foram abertas para revelar sua estrutura, várias das quais também foram estrategicamente ampliadas. Graças à linearidade do espaço, o olhar é levado para cima para as vastas faixas do céu que foram deliberadamente destacadas e tornadas visíveis a partir da maioria dos espaços de trabalho.

O espaço é pontuado com múltiplas luminárias do estúdio local de iluminação e design Lambert & Fils, enquanto uma série de salas que exibem identidades conceituais fortes e distintas ficam na periferia da grade principal e das ágoras. Criados com a intenção de proporcionar ambientes inspiradores para as equipes da empresa, estes espaços são salas de imersão para trabalhos criativos. Inspirados em referências naturais e texturas familiares, eles incorporam, de certa forma, a multiplicidade da equipe da Sid Lee.

Ficha técnica

Arquitetos: Sid Lee Architecture
Área: 7.300 m² (7 pavimentos)
Engenheiros estruturais: Stantec
Engenheiros eletromecânicos: Planifitech inc.
Local: 12102 – 1 Place Ville Marie, Montreal, Quebec, Canada

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Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
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