Desafios do momento trouxeram a necessidade de obras na residência atual ou para mudança em um novo imóvel. O arquiteto Bruno Moraes traz dicas para execução de um projeto com eficiência, agilidade e sem fugir do orçamento.
Além das preocupações relacionadas à saúde, a pandemia evocou mudanças no comportamento humano e uma nova relação com o morar. Passar mais tempo em casa e implementar o home office são alguns dos motivos que movimentam a cena do mercado imobiliário e de construção no Brasil. Segundo pesquisa recente divulgada pelo Imovelweb, a busca por imóveis com espaços para escritório aumentou 235%, bem como aqueles com área verde registraram uma elevação superior a 200%.
Com esse fluxo, o próximo passo é pensar em reformas – que para muitos o processo ainda é associado a surpresas inesperadas e preocupações com o orçamento apertado. Entretanto, definir as etapas, especificar e orçar corretamente os materiais antes de começar a obra propiciam um fluxo tranquilo para o cliente e para o profissional de arquitetura à frente da obra. “Com tudo bem avaliado e combinado, não tem onde errar”, assegura Bruno. É importante lembrar que é necessário o RRT (Registro de Responsabilidade Técnica) ou o ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), emitido pelo arquiteto ou engenheiro. O documento é necessário em função da NBR 16.280, que estabelece a atuação de um profissional responsável pelo projeto e que fiscalize a execução da obra.

Projeto Bruno Moraes Arquitetura | Foto: Luis Gomes
Como começar?
Depois de contratado, o profissional apresenta um projeto arquitetônico pensado sob medida e realizado de acordo com as características do imóvel e as expectativas/pedidos dos moradores. O alinhamento após a visualização da planta baixa e do 3D é primordial para realizar os ajustes, seja em relação à estética ou ao orçamento, evitando mudanças no decorrer da obra.
Com a aprovação dos proprietários, o planejamento pode seguir. Caso o orçamento se mostre acima do indicado pelo morador, o arquiteto trabalha para aparar as arestas. Contabilizar as datas e a duração de cada atividade, bem como coordenar os períodos de entrega dos materiais, o número de funcionários e o desembolso financeiro traz segurança para o trabalho coordenado pelo profissional de arquitetura e tranquilidade para o cliente.
Fluxo financeiro
Mesmo com tudo bem planejado, é preciso ter uma verba extra para gastos imprevistos, como quebra de materiais e outras intercorrências que podem acontecer, principalmente na reforma de imóveis antigos. “Ter uma margem extra no orçamento nos ajuda a resolver questões atípicas, como o rompimento de uma tubulação de água ou mesmo uma lata de tinta que inesperadamente cai no chão”, detalha Bruno.
Dicas para economizar
Para o arquiteto, a melhor forma de poupar está ligada à redução de custos na compra de materiais de qualidade. Dessa forma, realizar orçamento, procurar por promoções e relacionar opções A e B se revelam como métodos efetivos para orçamentos mais enxutos. “O cliente pode se encantar por um porcelanato, que por sua vez está com um valor bem acima de outro com as mesmas características técnicas e aparência semelhante. E isso deve ser pesado na balança”, pondera. Em outras situações, uma cozinha pode não ter a parede revestida de ponta a ponta. Para atenuar os custos, uma alternativa é aplicar o revestimento em meia parede e finalizar com a pintura – um recurso que agrega modernidade com um custo inferior.