Apresentando mais de 30 obras autorais distribuídas entre pinturas e esculturas que atravessam a trajetória do artista, Guilherme GAFI exibe individualmente pela primeira vez na galeria BASE sob o texto crítico de Eloísa Almeida. Texto: Júlia Palma / Fotos: Divulgação
Com obras que percorrem desde o figurativismo em aquarela do início de sua carreira (cerca de uma década atrás) até seu abstracionismo mais recente, o autor expõe seu ponto de vista e olhar particular referentes à temática das ruas a partir das mais variadas técnicas.
A exposição trata, a partir da perspectiva figurativista de Gafi, sobre o anonimato pelo qual os profissionais que atuam nas ruas padecem. Eloísa Almeida, ao comentar sobre uma das obras que refletia o ofício de um trabalhador urbano, afirma que a pauta trazida à superfície tem como objetivo exemplificar exatamente a despersonalização e desconexão social sob a qual esse indivíduo é colocado. É possível reconhecer suas roupas, suas ferramentas, a paisagem na qual está inserido, mas jamais seu rosto, sua história ou seu nome.
Sob a ampla gama de produções abstratas produzidas sobre os mais diversos suportes como papel, tela, madeira e chapas galvanizadas, Guilherme mantém sua pesquisa no âmbito das ruas, e se expressa através de diversas técnicas como tinta acrílica, colagens e sprays, que de forma sutil retomam à luz sua jornada de grafiteiro. As paisagens, apresentadas nas obras com tons de azul em degradê, somam-se às manchas, sobreposições de camadas e pinceladas rápidas e largas, de modo a refletir desordem à paisagem bucólica que está em ruínas.
Sob a perspectiva do texto crítico, a descrição fornecida a respeito do tipo de produção trata da particularidade e peculiaridade pontual da organização caótica que se alinha no desajeito. É extremamente diferente de uma paisagem ligada ao horizonte preenchido de céu e campo, pois é formada pela assimetria e possuem beleza em se assemelhar com falhas de execução.
Já as chapas galvanizadas, expostas nas paredes, chão ou teto como móbiles, consideradas duras e pouco utilizadas no âmbito da arte se adequam a uma perspectiva de transmissão de leveza a partir das dobras e vincos realizados pelo artista no material, gerando uma resultante que em muito se assemelha a folhas de papel. Já nas esculturas, Gafi traz o simbolismo e o poder das ruas ao compor suas obras com materiais nelas coletados, como baldes, embalagens plásticas e luvas. Deste modo, dentro de suas obras além da visão particular de quem produz existe também um rastro anônimo das mãos que manejaram os materiais encontrados pelo caminho, demonstrado na pintura da série “Agentes Concretos”
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FICHA TÉCNICA
Exposição: “Agentes Concretos”
Artista: Guilherme GAFI
Texto Crítico: Eloísa Almeida
Coordenação Artística: Daniel Maranhão
Montagem: Harpia Design e Produções
Abertura: 03 de maio de 2023 (quarta-feira) das 18h30 às 21h30
Duração: de 04 de maio a 03 de junho 2023
Funcionamento: de Terça a sexta-feira: das 11hs às 19hs; aos sábados: das 11hs às 15hs.
