Um ambiente onde o existente é revitalizado e incorporado reutilizando cada móvel e peça de arte para incentivar a apropriação do espaço para socialização. Texto: v2com. Tradução: Maylson de Alencar. Fotos: BAI Yu.
Considerações físicas antigas, geralmente levadas em conta para a concepção de um escritório, como o número de trabalhadores, frequência de visitas de hóspedes ou quantidade de salas de reunião, são agora acompanhadas por discussões em torno da cultura de escritório e crenças intangíveis da organização.
O isolamento da publicidade e o compartilhamento do privado tornaram-se novos paradigmas. Agora, mais do que nunca, um escritório precisa ser uma interface de exibição da vida empresarial dinâmica onde os trabalhadores também podem integrar a sensação de “estar em casa”, representado por uma sensação de segurança, calor e inclusão.
Além do espaço de trabalho
Levando tudo isso em conta, Crossboundaries começou a sonhar com uma futura tipologia que poderia flutuar e se adaptar a uma variedade de cenários em constante mudança. Enquanto alguns fatores de design estavam abertos para reconsideração, a localização do espaço de trabalho permanece intencionalmente inalterada. A empresa está enraizada no mesmo bairro de Sanlitun após anos de combinação do estúdio com eventos e palestras voltadas para a comunidade. Portanto, prevaleceu o compromisso com esta área de Pequim.
Localizado no último andar de uma instituição de ensino de cinco andares que já havia passado por várias reformas, o escritório era uma estrutura de aço bastante nova, anexada ao esqueleto de concreto do prédio. Isso proporcionou uma visão de quase 360 graus e exposição ao Norte, Sul e Leste que garante a luz solar ao longo do dia.
No entanto, o layout anterior dos escritórios privados teve que ser removido para introduzir um plano aberto mais rico e vívido em sincronia com a sua prática criativa. Anteriormente sediado em um espaço industrial, o escritório renovado deve se reconectar com a natureza e a vegetação como forma de atender aos pedidos globais de maior cuidado e bem-estar. No entanto, os usuários não foram os únicos agentes levados em conta: ciclos e ritmos do edifício arquitetônico, seu entorno urbano, e até mesmo o mobiliário e a logística com os quais a prática arquitetônica precisa operar foram fatores a serem trabalhados.
Diante do desafio de proibir a soldagem ou anexação de novos elementos à estrutura do telhado existente e a todas as paredes externas, o design torna-se muito eficaz em satisfazer as necessidades da empresa Crossboundaries, ao mesmo tempo em que articula os 300 m2 espaço com muitos poucos elementos, comprometendo-se assim com a intervenção mínima. Atenção especial foi dada a cada detalhe da construção, recorrendo principalmente a conexões metálicas personalizadas para alcançar soluções criativas dentro das limitações explicadas pela gestão do edifício.
Para maximizar a organização, uma faixa funcional oferece salas de reunião separadas, uma cozinha, armazenamento e áreas de descanso que estão incluídas em um antigo nível de mezanino reaproveitado. Estes quartos são fisicamente separados com uma parede semitransparente, de duas camadas, feita de painéis ondulados de policarbonato. A parede oeste é a única parede sólida contínua sem janelas, que acomoda uma vasta prateleira de hang que inclui o material e biblioteca de referência, juntamente com uma seleção de modelos e uma exibição do Prêmio Crossboundaries.
O espaço principal é fluente e contínuo, moldado por uma estrutura de cortina leve que funciona como uma ilha e conecta as estações de trabalho invariáveis juntamente com um espaço multifuncional central. Esta última é uma área de lazer focada em proporcionar diferentes cenários além do dia de trabalho regular: os móveis soltos podem ser reorganizados e separados acusticamente para atender às diversas exigências do espaço ao longo do tempo. Além disso, o design do tapete segue o trilho da cortina para reforçar ainda mais esse conceito de zoneamento e seduzir os usuários a explorar a flexibilidade do espaço.
Ficha técnica
Nome do projeto: Crossboundaries’ transformable workplace
Localização: Beijing, China
Área útil: 300 m2
Período de Projeto: Dez-Jan. 2020-2021
Período de Contrução: Dez. 2020 -Fevereiro 2021
Data de conclusão: Fevereiro 2021
Arquiteto: Crossboundaries, Beijing, China
Sócios: Binke Lenhardt, DONG Hao
Equipe de projeto: Elena Gamez Miguelez
Construtores: Beijing Yihao Building Decoration Design Engineering Co.,Ltd.
Fotográfos: BAI Yu
