Projeto para escola de programação adota ares contemporâneos para imergir alunos em ambiente educacional. Por Allaf Barros e Pedro Zuccolotto. Fotos por Israel Gollino
A Escola 42, instituição francesa com um método de ensino colaborativo, chegou ao Brasil em 2019, na Vila Madalena, e foi necessário adotar um projeto arquitetônico que suprisse as exigências técnicas enquanto criava um ambiente imersivo para o ensino. Assim, o escritório Superlimão entrou em cena. Como a escola tirou partido do filme de ficção científica “O Guia do Mochileiro das Galáxias” do autor inglês Douglas Adams para escolher seu nome, definir cores, materiais e acabamentos dos espaços da escola, a arquitetura também se
inspirou no universo high tech dos anos 1960 a 1980, como por exemplo o filme “2001: Odisseia do Espaço”, de Stanley Kubrick. O resultado é um projeto contemporâneo, cujo programa se divide em quatro espaços – um de eventos e os outros três com salas para programação (com layouts diferentes) – numa área de 900m2. “A proposta promove a interação máxima entre os alunos, ou cadetes,
como gostam de chamar”, explica Thiago Rodrigues, do Superlimão.

Forro
“O forro é feito de madeira mineralizada com tratamento acústico e as placas de madeira mineralizada contribuem para criar mais superfícies de absorção acústica”, comenta o arquiteto. Também foi desenvolvida uma paleta de cores especialmente para a aplicação no projeto, que tem a descontração presente na serralheria e na sua comunicação visual.
Laje
A laje ainda vazia, sem uso anterior, ganhou nova construção em todo espaço, uma planta 40 m x 4 m comprida e estreita. O núcleo central é formado por uma copa e áreas de TI, enquanto os demais ambientes são usados para salas de reunião, staff, programação e área de eventos. Há ainda uma cobertura/área externa para momentos de descompressão.
Mobiliário
O mobiliário foi desenvolvido pelo próprio Superlimão para atender a uma necessidade de acomodação atípica. Assim, a escolha foi de peças leves com rodízio para fácil locomoção e caixotes para serem usados em ações especiais dentro do espaço. “Pensamos no mobiliário para
ser o mais resistente possível, além de assegurar a estabilidade e segurança dos equipamentos para enfrentar todo tipo de usuário, de adolescentes a idosos”, comenta Thiago. Ele ainda explica que através de diferentes disposições das estações de trabalho, o escritório conseguiu explorar níveis distintos de ocupação, sendo a mais orgânica a preferida de todas. “Com trapézios dispostos lado a lado de
forma aleatória conseguimos criar núcleos com diferentes quantidades de pessoas e que naturalmente se organizam em grupos diferentes”, comenta.
Ficha técnica
Local: São Paulo, Brasil
Ano: 2019
Área: 1.200 m2
Arquitetura: Superlimão
Time de projeto: Antonio Figueira de Mello, Lula Gouveia, Thiago Rodrigues, Pedro Pontes, Inaiá Bottura e Pamela Paffrath.
Luminotécnica: LDArti
Construtora: Edifisa Engenharia e Construção
Identidade visual: Studio Maya
Marcenaria: Lavore Móveis