Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

Clientes da empresa química alemã exibem protótipos criados com material quimicamente reciclado

Um número cada vez maior de empresas da indústria de plásticos está promovendo a melhoria dos processos de reciclagem de plásticos, ajudando, desta forma, na criação de uma economia circular. Uma das maneiras que a BASF contribui é por meio do projeto ChemCycling. No final de 2018, a empresa utilizou de forma piloto volumes de óleo de pirólise derivado de resíduos plásticos como matéria-prima em sua própria produção.

Em uma conferência de imprensa anterior a K 2019, a maior feira global para a indústria de plásticos e borracha, quatro parceiros apresentaram os primeiros protótipos criados durante a fase piloto do projeto. A Jaguar Land Rover (JLR), fabricante líder na indústria automotiva, desenvolveu um protótipo do suporte do radiador feito de plástico usando o Ultramid® B3WG6 Ccycled Black 00564 para o seu primeiro SUV elétrico: o I-Pace. “Como parte do nosso compromisso de acelerar a fabricação em círculos fechados em todas as nossas operações, estamos sempre em busca de avanços tecnológicos que ajudem a reduzir o desperdício”, disse Craig Woodburn, gerente global de Compliance Ambiental da JLR. Ele também afirma que a capacidade de converter resíduos plásticos em peças seguras e de qualidade para produtos premium por meio do processo ChemCycling é um passo importante no avanço da nossa aspiração de alcançar um futuro com desperdício zero.

A Storopack, fornecedora global de embalagens de proteção e peças técnicas moldadas, usou o Styropor® P Ccycled para fabricar embalagens de isolamento para produtos farmacêuticos sensíveis à temperatura, bem como caixas para transporte de peixe fresco e embalagens protetoras para dispositivos eletrônicos. “Ficamos bem impressionados com o fato de que o Styropor® P Ccycled pode ser usado em embalagens de alimentos. Já existem várias opções de reciclagem para o Styropor e o projeto ChemCycling ajuda a aumentar ainda mais a parcela reciclável”, comentou Hermann Reichenecker, presidente do Conselho de Administração da Storopack.

A Südpack, uma das principais produtoras de embalagens de filmes na Europa, fabricou um filme de poliamida e um filme de polietileno que foram processados em embalagens especialmente seladas para muçarela. Até o momento, as embalagens multicamadas eram recicladas de forma limitada. “O filme tem funções importantes como proteção do produto, higiene, prazo de validade e ao mesmo tempo precisa utilizar uma quantidade mínima de plásticos. Esta é a razão de ser composto por vários materiais e camadas com diversas propriedades e barreiras. Por meio de inovações como o ChemCycling, estamos mais próximos de resolver os problemas associados à reciclagem de embalagens flexíveis”, disse Johannes Remmele, sócio-gerente da Südpack.

A Schneider Electric, líder na transformação digital de gestão de energia e automação, fabricou um disjuntor que utiliza o Ultramid® quimicamente reciclado. “Avaliamos intensamente a capacidade de matérias-primas secundárias, como plásticos reciclados, para atender aos nossos exigentes padrões de qualidade, normas e regulamentações rigorosas da indústria. Contamos com o conhecimento da BASF para demonstrar os benefícios de sustentabilidade de ponta a ponta, oferecendo um custo atraente. Esperamos que esta experimentação com a BASF abra espaço para mais inovações circulares em gestão de energia e distribuição”, disse Xavier Houot, vice-presidente sênior de meio ambiente, segurança e real state da Schneider Electric Group.

“Os projetos piloto com clientes de vários setores mostram que os produtos fabricados com matérias-primas quimicamente recicladas oferecem a mesma alta qualidade e performance que os produtos produzidos com materiais primários. O projeto ChemCycling, que usa uma abordagem de balanço de massa para atribuir matematicamente uma parcela do material reciclado ao produto final, pode ajudar nossos clientes a atingir suas metas de sustentabilidade”, afirmou Jürgen Becky, vice-presidente sênior de Materiais de Performance. Os produtos certificados são indicados com a terminação “Ccycled” em seu nome. Os protótipos apresentados na coletiva de imprensa fazem parte da fase piloto em andamento do projeto ChemCycling.

Potencial para aumento da parcela de material reciclável

“Com o projeto ChemCycling, a BASF tem como objetivo processar o óleo de pirólise derivado de resíduos plásticos que atualmente não são recicláveis, como plásticos misturados ou contaminados. Se tivermos êxito para desenvolver o projeto até o ponto de seu lançamento no mercado, o ChemCycling será um complemento inovador aos processos existentes de reciclagem e recuperação, visando resolver o problema dos resíduos plásticos”, comentou Stefan Gräter, responsável pelo projeto ChemCycling na BASF.

O expressivo potencial da reciclagem química foi confirmado pela consultoria McKinsey em um estudo de dezembro de 2018: se os processos de reciclagem existentes forem combinados aos novos, como a reciclagem química, os especialistas acreditam que alcançaremos, até 2030, uma taxa de 50% de reutilização e reciclagem de plásticos mundialmente (hoje, essa taxa é de apenas 16%). A parcela da reciclagem química poderia então aumentar o seu valor atual de 1% para aproximadamente 17%, o que equivale à reciclagem de cerca de 74 milhões de toneladas de resíduos plásticos.

Desafios tecnológicos, econômicos e regulatórios

Para passar da fase piloto à implantação no mercado, várias questões precisarão ser resolvidas. As tecnologias existentes para a transformação de resíduos plásticos em matérias-primas recicladas devem ser avançadas e adaptadas para o uso em escala industrial a fim de garantir a alta qualidade do óleo de pirólise. A BASF está atualmente investigando várias opções para alimentar a verbund de produção (fábricas integradas) da empresa com volumes comerciais de óleo de pirólise a longo prazo. Além das questões técnicas, os aspectos econômicos também desempenham um papel. Para a reciclagem química ter aceitação no mercado, os reguladores também devem reconhecer o processo oficialmente como reciclagem. Nesse contexto, é preciso definir como as abordagens de reciclagem química e balanço de massa podem ser incluídas no cálculo das taxas de reciclagem exigidas por lei.

Uso responsável de recursos

“Nosso projeto ChemCycling é um bom exemplo de como a BASF está trabalhando com parceiros no desenvolvimento de soluções para os principais desafios do século 21”, comentou Dr. Andreas Kicherer, especialista em sustentabilidade da BASF. Além do projeto ChemCycling, a BASF está envolvida em muitos outros projetos e iniciativas que fortalecem a ideia da economia circular e previnem que plásticos sejam descartados no meio ambiente.

Por exemplo, o portfólio de produtos da BASF inclui o ecovio®, um plástico compostável certificado e parcialmente fabricado com matérias-primas renováveis. A empresa é membro do World Plastics Council e participa de dois programas da Ellen MacArthur Foundation. Em todas as suas fábricas no mundo, a BASF implementa a “Operação Clean Sweep”, uma iniciativa internacional da indústria de plásticos destinada a evitar a inserção de pellets de plástico no meio ambiente.

Além disso, no início de 2019, a BASF uniu esforços com aproximadamente 30 outras empresas para fundar a Alliance to End Plastic Waste (AEPW). Nos próximos cinco anos, esta iniciativa pretende investir até $1,5 bilhão em vários projetos e parcerias, principalmente na Ásia e na África. Há quatro áreas de foco principais: desenvolvimento de infraestrutura para coleta de lixo, promoção de métodos inovadores de reciclagem, educação e envolvimento de vários grupos e limpeza de áreas no meio ambiente com concentração de resíduos plásticos.

Mais informações sobre o projeto ChemCycling em basf.com/chemcycling

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