Protótipo de célula de aperfeiçoamento e atualização de professores é construído em campus de universidade catarinense. O modelo está pronto para ser reproduzido em todo o país e colaborar com a capacitação de docentes da rede pública.

Em um mundo amplamente digital, a cultura “maker” está cada vez mais se aprofundando. A cultura do “faça você mesmo” é difundida por meio de uma maior oportunidade do uso de impressoras 3D e equipamentos de robótica. O fácil acesso a softwares desenvolvedores “open source” e a difusão do ensino da codificação como linguagem têm facilitado o aprendizado e o desenvolvimento de novos aplicativos que estão cada vez mais presentes na vida das pessoa. O briefing de projeto para o Espaço de Formação e Experimentação em Tecnologias para Professores (Efex) tinha clara a demanda: “É urgente que, em tempos de novas tecnologias, os professores tenham oportunidade de atualização, capacitação e treinamento no desenvolvimento de novos métodos e ferramentas de aprendizado”, diz o arquiteto Luiz Paulo Andrade.
Muitas escolas das redes públicas já possuem infraestrutura para
novas tecnologias, no entanto, poucos professores sabem utilizá-las como método de ensino. Essa situação acaba por rapidamente tornar inúteis os equipamentos adquiridos pelas escolas. “As salas Efex são parte de um projeto que pretende ser uma referência para o aperfeiçoamento
e o desenvolvimento de professores das redes públicas de todo o Brasil”, conta Andrade. As fotos apresentadas nesta matéria são do protótipo implantado em Blumenau, no campus da Universidade Regional de Blumenal (Furb), e serviu de modelo para a criação de um manual que tem sido distribuído pelo Brasil, com implantações efetivadas em Joinville, Arapiraca, Maceió e Caxias do Sul. Neste momento, em São Paulo há obras para a implantação, que pelas características de grande cidade será uma exceção e terá 400 m2.





O projeto
O conceito programático e didático do projeto foi desenvolvido pela equipe de especialistas em educação do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb) e coube ao escritório Luiz Paulo Andrade Arquitetos materializar esta ideia.
Como estratégia de implantação, os arquitetos sugeriram a criação
de um protótipo para uma instituição de ensino, que foi escolhida e que imediatamente serviu de base para a criação de um Manual de Implantação de Projeto, que se tornaria a referência para a fácil adaptação dos conceitos espaciais, ambientes programáticos, mobiliário e equipamentos projetados.
Esse manual é gratuitamente disponibilizado pela internet, e a partir dele equipes multidisciplinares das instituições de ensino podem facilmente adaptar seus espaços para a implantação. Isso faz com que cada sala Efex torne-se uma experiência única de codesign, estabelecendo uma identidade
exclusiva para cada espaço, além de uma imediata apropriação do ambiente pelos futuros utilizadores.
Os arquitetos elegeram algumas premissas de projeto:
1. Desenho que inspire inovação e criatividade.
2. Fácil adaptação do layout à salas de diferentes formatos.
3. Flexibilidade espacial para as diferentes atividades.
4. Área do projeto: entre 100 m2 e 50 m2.
5. Uso de materiais de fácil instalação/execução, fácil acesso em todo território nacional, sustentável e inovadores.
6. Baixo custo de implantação.

